ATA DA VIGÉSIMA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 08.06.1989.

 


Aos oito dias do mês de junho do ano de mil novecentos e oitenta e nove reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Vigésima Sessão Solene da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Adalíbio Klein. Às dezessete horas e dez minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou aos Líderes de Bancada que conduzissem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Sr. Adalíbio Klein, Homenageado; Jornalista Adauto Vasconcelos, representando o Vice-Prefeito de Porto Alegre; Srª Helga Klein, esposa do Homenageado, Sr. Sérgio Gastão Klein, filho do Homenageado; Dr. Jairo Cruz; e Ver. Dilamar Machado, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Sr. Presidente, proponente da concessão de Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Adalíbio Klein, discorreu sobre as razões que o levaram a tal propositura. Destacou as qualidades do Homenageado como cidadão e comerciante. Fez breve relato sobre a vida e obra do Sr. Adalíbio Klein, e afirmou que a Cidade se orgulha em conceder-lhe tal Título, ressaltando a importância e relevância de suas atividades. Em prosseguimento, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Dilamar Machado, em nome da Bancada do PDT, parabenizou o Ver. Valdir Fraga pela proposição. Traçou paralelo entre a atividade do Sr. Adalíbio Klein, de comércio de secos e molhados, e a dos atuais supermercados, salientando o calor humano característico daquela modalidade de comércio e o distanciamento e frieza dos supermercados. Fez breve relato sobre a vida do homenageado. O Ver. Luiz Machado, em nome da Bancada do PMDB, analisou a situação dos comerciantes diante do Plano Cruzado Um, implantado pelo Governo Federal, afirmando que tal plano além de desestabilizar o comércio, pretendeu responsabilizá-lo pela crise do país. Destacou o desempenho do Homenageado como comerciante, afirmando que sua atuação “honra o comércio atacadista de Porto Alegre”. A seguir, o Sr. Presidente convidou os presentes a, de pé, assistirem à entrega do Título de Cidadão Emérito ao Sr. Adalíbio Klein, concedido através do Projeto de Resolução nº 01/85 (processo 131/85); procedeu à leitura do texto do Título e à entrega ao Homenageado. Após, o Sr. Sérgio Gastão Klein, filho do Homenageado, agradeceu, em nome do Sr. Adalíbio Klein e familiares, a concessão do Título que conceituou como “distinção honrosa”, discorreu sobre a vida e atividades de seu Pai, salientando ser o lema de sua vida: “vale a pena lutar mas com dignidade e muito paciência”. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente encerrou os trabalhos às dezessete horas e quarenta minutos, convidando as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência, e convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Valdir Fraga, e secretariados pelo Ver. Dilamar Machado, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Dilamar Machado, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.

 

 


O SR. PRESIDENTE: Sr. Adalíbio Klein, esta homenagem que a Cidade concede pelos seus serviços prestados foi aprovada em 1985, mas a nossa intenção era a de lhe fazer a homenagem no dia do seu aniversário, dia 3 de julho. No entanto, estamos nos antecipando até para que o Senhor se prepare para a festa do dia 3 de julho. Bom, o discurso é por escrito e não poderia ser diferente. (Lê.)

“O nosso homenageado de hoje, o nosso querido Adalíbio Klein, é uma pessoa simples e obstinada. Desde cedo, precisou lutar muito para se tornar o bem sucedido comerciante que todos nós conhecemos e admiramos. Não fosse o trabalho sério que sempre empreendeu, não teríamos aqui, nesta oportunidade, tantos amigos a sua volta. Amizade é o que soube sempre fazer, como poucos sabem, ao longo da sua existência, eis que jamais deixou de levar em conta, acima de tudo, o valor humano e o respeito ao seu semelhante”.

Este é o nosso Adalíbio Klein.

“Nascido na localidade de Arroio Canoas, 6° Distrito do Município de Montenegro, no dia 03 de julho de 1912, Adalíbio Klein, já casado e pai de nove filhos, veio residir na Capital que o adotou. Aqui fundou a Firma Klein § Cerutti. Mais tarde desligou-se desta firma e fundou uma individual, com o seu nome, na rua Voluntários da Pátria, quase esquina com a rua Conceição, operando com o comércio de secos e molhados. Foram tempos difíceis, terríveis em decorrência da deflagração da Segunda Guerra Mundial.”

Pois eu me recordo, não muito pouco, porque eu tinha - e não está no discurso - um tio que tinha um armazém Fraga na avenida Nonoai, quase esquina com a rua Cachoeira, e ele vinha aqui na rua Conceição com a Voluntários da Pátria. Quem sabe já naquela época o conhecia, mas não sabia que nós nos iríamos encontrar, com muito prazer: o senhor aqui, a sua família e os seus filhos.

“A partir de 1969, com a implantação do Túnel da Conceição, foi obrigado a estabelece-se no Bairro Teresópolis.” Repito. “A partir de 1969, com a implantação do Túnel da Conceição - Graças a Deus que apareceu o Túnel da Conceição ali, por que assim nós lhe recebemos e o amamos muito no Bairro Teresópolis onde permanece até os dias atuais, contando sempre com a participação e a colaboração de seus filhos: João Hélio, José Nestor, Sérgio Gastão, Fernando e Jacó Klein, aqui presentes compartilhando com o pai neste momento tão significativo para todos nós.”

E também o Olavo, mesmo que ele não esteja presente, neste momento, mas ele deve estar aplaudindo muito, deve estar vibrando, como todos nós e como seus filhos principalmente e aqui está também a dona Helga, que deve ser o respaldo, a retaguarda do nosso querido Klein. Após esse breve registro da longa história que pautou e vem pautando a atuação do nosso Cidadão Emérito, em que se refere aos seus relevantes serviços prestados à comunidade porto-alegrense, neste instante solene, ao enaltecer as suas extraordinárias qualidades pessoais de homem de luta, de esposo e pai exemplar, fazemos votos que o seu trabalho, dedicação, persistência e abnegação sejam sementes plantadas em terra fértil. Isso eu garanto que já é, pelos extraordinários filhos que o senhor e a senhora têm. Há pouco tempo, particularmente, perguntava, quantos netos? São vinte. E desta terra de Canguçu, esses 20 valerão por 100. Ao finalizar essas poucas palavras, gostaria de apresentar, em nome da Cidade, os nossos cumprimentos e eu já disse antes e não lia o discurso, a dona Helga também esposa do nosso homenageado e também as filhas, Maria Salete, Maria Noemi e Maria Teresinha, este Legislativo agradece muito a Adalíbio Klein, nós nos orgulhamos muito do trabalho que V. Sª desenvolve em nossa Cidade. Continue sempre conosco, que os filhos continuem, e eu tenho certeza que irão continuar, por que já conhecemos o trabalho deles, que os netos o continuem e que os bisnetos venham mais atrás continuando-o e que apareçam centenas, dezenas ou milhares de túneis da Conceição para nos deixar bem mais próximos. Eu fico feliz, porque vocês estão ao meu lado, ao nosso lado, no Bairro Teresópolis. Mas que possam irradiar por toda essa Cidade, Klein, por todos os lados essa firmeza, essa dedicação que o senhor tem e tem-nos dado e a nossa Cidade. Era isto neste momento. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Dilamar Machado está com a palavra pelo PDT.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Exmo Sr. Vereador Valdir Fraga, companheiro e amigo, Presidente dessa Casa Legislativa, prezado Sr. Adalíbio Klein, homenageado dessa data, sua esposa dona Maria Helga, meu caro amigo Jornalista Adaucto Vasconcellos aqui representando o Vice-Prefeito de Porto Alegre Dr. Tarso Genro, meu caro amigo Sérgio Gastão Klein, filho do homenageado, meu querido amigo Jairo Cruz, figura brilhante desta Cidade que, inclusive, por algum tempo de sua vida dedicou o seu talento, o seu trabalho à Câmara Municipal de Porto Alegre. Senhores Vereadores, Senhoras e Senhores familiares do homenageado. A minha primeira palavra, ao ter a honra de dirigir-me ao homenageado nesta Sessão, é de parabéns ao proponente do título, o Ver. Valdir Fraga. Indiscutivelmente, um dos homens mais bem preparados deste Legislativo, até porque ocupa hoje o posto principal da Câmara como seu Presidente, e não pela primeira vez, mas pela segunda vez, eleito pelos seus pares, foi muito feliz o Valdir ao escolher, dentre tantas pessoas que trabalham e vivem numa cidade grande e complexa como a Capital do Rio Grande do Sul, esta figura humana que é Adalíbio Klein. Figura humana fantástica, até pela sua feição física; basta olharmos para esse chefe de família, para com pouco esforço descobrirmos nas suas feições duras, seus cabelos brancos, no seu olhar fixo, a imagem de um homem obstinado, de um homem que vem de outras épocas. Na realidade, o Brasil de hoje, Porto Alegre de hoje não é bem o País e a terra dos Adalíbios Klein. Mudou muito o comportamento social deste País; as próprias formações familiares, seu Adalíbio, lembra nesta hora o meu pai, que também foi pai de nove filhos. Outras épocas. Talvez de mais amor, de mais fraternidade, de mais construção desta célula importante de qualquer sociedade, que é a família. Existe até um estudo, quando se fala muito hoje, seu Adalíbio, em controle da natalidade. Será que os pobres são pobres porque têm muitos filhos? Ou têm muitos filhos porque são pobres? São questionamentos que a sociedade faz quando há, indiscutivelmente, uma perigosa explosão demográfica em alguns setores do mundo. Mas este País é jovem, seu Adalíbio, jovem como o Senhor, quando começou a sua vida, lá no interior de Montenegro, e quando desempenhou uma das atividades comerciais que nós, já passando para a segunda metade da vida, dela temos saudade, que era aquele relacionamento direto entre o cliente e o comerciante. Hoje, nós vivemos a era dos supermercados; ninguém fala com a gente. O supermercado é frio, não tem nome, não há humanidade, não há relacionamento direto entre o cliente e quem vende. Mas no tempo dos armazéns de secos e molhados era diferente, não é, Sr. Adalíbio? Eu me lembro, quando menino, lá no interior do Rio Grande, em São Gabriel, onde meu pai servia como militar, eu gostava muito de ir no fim do mês pagar o caderno do armazém de secos e molhados, porque sempre vinha o que se chamava naquele tempo de mota. O Sr. Adalíbio deve conhecer este termo, não é? A gente pagava o caderno e ganhava uma lata de goiabada Cascão de mota, ou coisa parecida. É porque havia o calor humano, havia o relacionamento, a interligação, a interação entre o cliente e o comerciante. Então, eu sei que o Sr. Adalíbio é um homem que veio do comércio de épocas muito duras. A gente sabe por ler e até alguns por ter vivido na época. Foi muito difícil viver neste País no período de 1939 a 1945, quando eclodiu a estúpida 2ª Guerra Mundial. Muita gente foi injustiçada, muita gente sofreu, muitos comerciantes foram à falência e muitos problemas enfrentou quem trabalhava com o comércio. Mas, Adalíbio Klein foi um homem vitorioso. E, hoje, diz o Valdir, até de forma um pouco egoísta e compreensível, que Teresópolis se orgulha de tê-lo como morador e agradece ao túnel da Conceição, ao progresso, que tirou a firma da Rua da Conceição e a levou para Teresópolis. Ali, no Largo da Rua da Conceição, quando ainda a Rodoviária era um prédio antigo, quando não havia túnel, em me lembro que meu primeiro emprego era de cobrador de um conjunto de advogados na Rua da Praia, um deles, meu saudoso amigo Dr. Leocádio de Almeida Antunes. Eu não tenho certeza se Adalíbio Klein § Cerutti era cliente desse escritório, mas tinha muita firma daquelas redondezas que era cliente e eu andava por ali cobrando as mensalidades, custas judiciais etc., e eu tinha um grande fascínio por aquele ponto de Porto Alegre. Era um espetáculo que as cidades grandes não conhecem mais. Os monopólios, os grandes armazéns, principalmente os grandes supermercados acabaram com aquele tipo de empresa, como aquela do Sr. Adalíbio, na Rua da Conceição e tantas outras que ali existiam, Freitag & Bauermann, não é, Sr. Adalíbio? E outras tantas. E até nosso Armazém Rio-grandense, que foi, durante muitos anos, uma espécie de ponto turístico. Sobrevive hoje, em Porto Alegre, para quem tem na alma amalgamado aquele tempo bom, creio que só o Mercado Público Municipal e que ainda tem um certo ar dos nossos armazéns de secos e molhados. Mas aqui estão, prezado Adalíbio, seus filhos, suas filhas, noras, genros, netos, netas, amigos, vizinhos, parentes, e tenho um grande orgulho em poder usar da palavra para dizer que para nós, Vereadores, que estamos aqui, diuturnamente, procurando fazer desta uma Cidade melhor, de melhor convivência, de maior segurança, de melhores condições de vida para todos, ricos e pobres, velhos, moços, brancos, negros, quando um dos nossos colegas traz até nós figuras da grandeza de um Adalíbio Klein, sentimos um imenso carinho, um imenso prazer e até superamos as nossas próprias dificuldades de oratória, de raciocínio. Quando se fala tranqüila e abertamente com o coração, parece que as palavras fluem com mais facilidade. Assim, transmito ao Sr. Adalíbio Klein, em meu nome, em nome da Bancada do PDT, meu abraço. Quero dizer que Porto Alegre não está fazendo nenhum favor ao Senhor; Porto Alegre é que agradece ter, a partir de hoje, arrolado como um dos seus Cidadãos Eméritos essa figura humana inesquecível para quem o conhece e para quem com ele convive. Ao abraçá-lo, abraço todos os seus familiares, desejando-lhe muitos anos ainda com essa saúde magnífica que o Senhor ostenta aos setenta e poucos, bem vividos ao lado da sua querida esposa; e que Deus permita, Sr. Adalíbio, que essa aura de felicidade que reina em sua família permaneça por muitos anos, para que os seus filhos e filhas, seus netos e netas possam, durante a sua longa vida dizer aos seus amigos, aos seus vizinhos, de forma orgulhosa, meu pai, meu avô é Cidadão Emérito de Porto Alegre. Parabéns. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós invertemos a ordem dos oradores para deixar o Ver. Luiz Machado, um dos comerciantes da nossa Cidade e que terá condições de fazer algumas colocações, até melhores que as nossas, que não temos passado por esta área, falar em nome da Bancada do PMDB.

 

O SR. LUIZ MACHADO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhores, Senhoras, familiares de Adalíbio Klein. Adalíbio Klein, V. Sª honra o comércio atacadista de Porto Alegre com sua atuação de destaque. A vitória só chega à casa de quem luta com bravura e determinação sem temer a causa que defende, pois é justa. Homem de grande atuação e personalidade, vindo de família humilde, mas de muito progresso; hoje, está com sua vida econômica definida, procurando, como sempre, aprontar os filhos, dando estudo e, acima de tudo, deixando uma herança de luta a ser seguida pelos mesmos.

A luta pela livre iniciativa foi sempre o seu lema como comerciante atacadista, sempre procurou participar dos demais segmentos de nossa população, agindo sempre com justiça e lealdade a seus ideais. O povo de Porto Alegre faz hoje, através da Câmara Municipal, uma justa homenagem a esta grande figura que se chama Adalíbio Klein. O PMDB rende a sua homenagem, através de sua Bancada nesta Casa, neste dia.

Meus senhores, este Vereador que se encontra na tribuna, é um humilde comerciante. Até meus 20 anos, trabalhei de carroça. Lendo a história de Adalíbio Klein recordo a história da minha vida. A minha vida também foi cheia de lutas, até meus vinte anos de idade, sou um jovem, ainda, pois tenho 40 anos de vida, minha vida também foi assim, de muita luta e quando vemos nesta Casa um projeto como este para conceder o título de Cidadão Emérito a um cidadão como Adalíbio Klein, um homem ligado ao trabalho e à luta, que progrediu no seio da sua família, eu quero dizer que só poderia partir este projeto e este título das mãos do protagonista, nosso grande Presidente Valdir Fraga, que escolheu um homem que tem uma raiz e que plantou algo na nossa Porto Alegre e que se chama dignidade comercial, hoje, um tanto arranhada na Nova República. No momento em que temos que entregar um título a um comerciante e muitos em 1986, quando do Plano Cruzado I, chamavam os comerciantes de ladrões, eu quero dizer que, quando se olha nos olhos desta família, se olha nos olhos do gaúcho, do brasileiro, a gente vê que não merecem esses adjetivos. Mas, sim, merecem o galardão, porque foram homens que plantaram e que irão plantar muito ainda para a nossa sociedade, para uma sociedade que seja mais justa com eles, com os comerciantes.

Quero dizer que, ao lado de homens vitoriosos e de homens de bem, sempre está uma grande mulher e esta é Helga Klein, que em 1941 conheceu e casou com Adalíbio Klein. Vocês, filhos e netos, devem-se orgulhar. Pois que Deus os abençoe e que eles possam servir sempre como avós, pais, amigos e irmãos nossos para sempre. E que não saia da nossa lembrança este título concedido a este homem, a sua família e que se estenda a todos vocês o título de Cidadão de Porto Alegre dado a Adalíbio Klein. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos a todos presentes para assistir, em pé, à entrega do diploma, que tem os seguintes dizeres: “A Câmara Municipal de Porto Alegre confere o título de Cidadão Emérito a Adalíbio Klein, pela valiosa contribuição com o seu trabalho em prol do engrandecimento da sociedade porto-alegrense”.

É com muita honra que eu passo às mãos do Sr. Adalíbio a homenagem da Cidade. (Palmas.)

Concedemos a palavra, com muita honra, ao Sr. Sérgio Gastão Klein, que fala em nome do homenageado e da família.

 

O SR. SÉRGIO GASTÃO KLEIN: Srs. Vereadores, representantes da comunidade de Porto Alegre, Srs. Convidados, familiares aqui presentes, uma homenagem especial do Ver. Valdir Fraga Presidente da Câmara, que levou a indicação do Sr. Adalíbio Klein ao honroso título de Cidadão Emérito. Quero agradecer as palavras dos que me antecederam, senhoras e senhores.

Queria neste momento deixar o passado caminhar na calçada da memória e trazer no tempo, os caminhos difíceis por que passou este jovem, na época cheio de forças, humildade e dignidade e que abandonou muitas vezes a sua ambição pessoal, para servir a toda uma coletividade a qual pertencia e fazia parte no seu dia a dia em Arroio Canoas, 6º Distrito do Município de Montenegro, onde nasceu em 1912, filho de Jacob Edmundo Klein e Olga Klein. Aos 13 anos, já carretava com mulas, transportando produtos coloniais para a Estação Férrea de São Salvador (hoje Salvador do Sul) para serem despachadas para Porto Alegre.

Estudou no colégio São Jacó de Hamburgo Velho e por volta de 1928 fez o tiro de guerra em Novo Hamburgo. Associou-se aos 22 anos com o Sr. Affonso Wallauer (hoje titular da firma Frangosul de Montenegro) e montou firma de secos e molhados, produtos que eram despachados através de trem para Porto Alegre. Em 1938 adquiriu um caminhão marca Ford para transportar produtos coloniais, eram estradas intransitáveis, verdadeiras trilhas e através destes caminhos levou levas e levas de colonos gaúchos de mudança para Santa Catarina.

Em 1941 casou-se com Maria Helga Mombach, que era da localidade de São Pedro, hoje Salvador do Sul. Deste casamento vieram nove filhos. Logo a seguir, após 1941 houve a deflagração da 2º Guerra Mundial, a situação que já era difícil ficou precária, sem combustível teve que usar gasogênio e terminou vindo a Porto Alegre, onde na periferia da Cidade praticamente fez um leilão de sua mercadoria, pois a falta de alimentos já atingia a Capital.

Vendeu o caminhão e em seguida fundou a Firma Klein & Cerutti, na esquina da rua da Conceição com a Voluntários da Pátria onde se concentrou por muitos anos o comércio atacadista de Porto Alegre. Em 1956 desligou-se desta firma e fundou sua firma individual, também na Voluntários da Pátria. Em 1969 devido as obras do Túnel da Conceição, teve que mudar seu estabelecimento para a Av. Teresópolis onde nesta oportunidade transformou sua firma individual em Ltda., com a admissão de seus filhos os quais dão expediente na empresa, e paralelamente exercem atividades como profissionais liberais.

A empresa mantém uma sede social em Teresópolis para seus funcionários e recentemente inaugurou um Galpão Crioulo, a fim de marcar a lembrança das festividades dos 150 anos da Revolução Farroupilha. Como empresário contribui sempre para sociedades benemerentes, como a Santa Casa de Misericórdia, a construção da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, a construção da Igreja na praça do balneário de Cidreira, como padrinho ajudou a levantar fundos para a manutenção da Igreja Nossa Senhora da Saúde em Teresópolis.

Homem sempre voltado para o comércio na área de prestação de serviços que é o atacado, distribuindo riquezas para diversos segmentos do comércio em todo o Estado do Rio Grande do Sul. Igualmente como empresário procura manter-se sempre bem informado através dos meios de comunicação, dedicando a sobra do seu tempo aos netos e mexendo com árvores frutíferas e videiras numa empresa de Agropecuária no Município de Canguçu.

A sua mensagem é de um homem simples nos seus 77 anos, vale a pena lutar, mas com dignidade, paciência e muita força de vontade.

Em nome do Sr. Adalíbio Klein, em nome dos familiares, eu queria agradecer esta distinção honrosa outorgada pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Adalíbio disse que não quer falar porque ele vai lembrar lá do túnel da Conceição. Podem querer construir outro lá, em Teresópolis. Eles vão querer construir outro túnel, e ele vai querer voltar lá para a Vila Nova.

Assim, nós vamos encerrando esta Sessão. Para nós foi uma honra muito grande recebê-los, em especial nossos companheiros, e agradecemos ao casal, aos filhos, aos genros, às noras e às filhas. Todos nós, amigos do Klein, dizemos: continue conosco. Pode ter certeza de que, quando aparecer um túnel em Teresópolis, nós vamos para outro lado. Não faz mal. Nós temos é que ficar na Cidade. Um abraço a todos.

 

(Levanta-se a Sessão às 17h40min.)

 

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